Tudo o que você vê ou não na tela do cinema, foi cuidadosamente pensado e planejado para assim ser
A direção de fotografia é um dos braços fundamentais do cinema. Por definição, a palavra “fotografia” significa “desenhar pela luz”. De maneira simplista, é essencialmente toda técnica referente a criação de imagens por meio da exposição luminosa.
O papel do diretor de fotografia, é basicamente pegar as visões do diretor e roteirista e traduzir em imagens, que sejam capazes de transmitir o sentimento e as intenções que os mesmos querem passar para o espectador. Para isso são utilizadas diversas técnicas e equipamentos diferentes que acabam influenciando na imagem final, como movimentos de câmera, lentes, filtros e até a velocidade que o obturador câmera gira, porém isso é assunto para um outro momento, vamos nos ater ao elemento que dá nome à esta função, a luz.
Muitas vezes, o grande público passa batido conscientemente sobre tantas especificidades e nuances oriundas do trabalho executado por este profissional. Contudo, a soma de todas as suas responsabilidades gera o sentimento, aquela sensação buscada em cada cena para assim dar o tom do filme.
Abaixo, seguem alguns exemplos que melhor ilustram as intencionalidades pretendidas quanto à iluminação em set.
• Dureza e suavidade:
Quando se fala em como uma cena deve transmitir emoções somente pela fotografia, um elemento que sempre aparece na equação de qualquer diretor é o quão dura ou leve deve ser a luz. Basicamente, tendo um objeto principal a ser evidenciado pela câmera – sendo na maioria das vezes os próprios atores – se estabelece uma relação entre a quantidade de luz emitida versus o tamanho deste objeto.
Em outras palavras, consiste em mensurar o quão grande é a fonte de luz e o quanto ela afeta a criação de sombras, se o contraste entre o claro e escuro se dará de maneira incisiva ou branda. Assim, a fotografia parte em dar maior dureza ou suavidade para a cena, colaborando em estabelecer o lado emocional junto a atuação dos atores.
• Contraste e proporção:
Uma forma de criar a iluminação de um filme é pensar em quais gêneros narrativos ele se enquadra. De um terror psicológico, passando por um drama de época, até chegar em uma comédia romântica, diferentes proporções entre luz e sombra podem ser utilizadas para gerar as intenções pretendidas.
Seja medo, apreensão, felicidade, empatia, tristeza ou riso, balancear o contraste no rosto dos personagens é algo básico e que faz toda a diferença. Para ilustrar melhor, pense em qualquer ator. Agora, imagine que sua cara está iluminada de maneira uniforme, com muita pouca diferença entre o lado esquerdo e direito. Aos poucos, vá escurecendo apenas uma das metades. Continue até chegar ao ponto em que apenas um dos lados do seu rosto permanece visível.
Os diferentes pontos desta escalada - entre o contraste da luz versus sombra - são utilizados de maneiras específicas dentro de um filme. Neste exercício que você acabou de executar, quais proporções ficariam melhor para um thriller policial ou então uma comédia?
• Luz e narrativa:
Em certos casos, a luz não somente auxilia em dar o tom da cena, mas funciona como imprescindível elemento que dá todo o sentido para as ações e falas dos personagens. Um tipo comum de iluminação que segue esta linha de raciocínio é a “motivacional”.
Quantas vezes nos deparamos com dizeres populares ou alegorias em que caminhar na direção da luz é alcançar um estado pleno, atingir um conhecimento libertador sobre determinado assunto ou até mesmo chegar ao fim de uma jornada extenuante? A luz passa a ser a narrativa, eleva-se a um patamar inigualável para aquela cena em relação a qualquer outro elemento que possa compor a história.
Vale destacar que a luz “motivacional” é apenas uma das várias formas em que a iluminação passa a ser elemento narrativo decisivo. As possibilidades são infinitas.
Os exemplos não param por aqui. Na verdade, os filmes trazidos neste artigo servem apenas como um ilustrativo sobre as várias técnicas e práticas que um diretor de fotografia emprega nas suas obras audiovisuais. E isto falando apenas da iluminação.
Imagine colocar na equação os filtros, lentes, movimentos de câmera, exposição, enquadramento e demais incumbências tão importantes na hora de “desenhar pela luz”. Não é à toa que esta função é uma das mais importantes durante a noite do Oscar.
Aqui na Fauno Filmes, nossos vídeos – independente do formato, linguagem, propósito e duração – prezam por igual cuidado na hora de pensar sua fotografia. Toda a preocupação com a estética e luz se faz presente em nossos audiovisuais. Acreditamos que assim, somado a um roteiro, produção e direção bem alinhados, se sobressaia ainda mais as intencionalidades que se buscam.
Você quer emocionar, entreter, informar ou se aproximar do seu público? Deixe a direção de fotografia te ajudar ainda mais a alcançar este objetivo.
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